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Por Instituto Escolhas

24 janeiro 2017

3 min de leitura

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Governo planeja levar imóveis do Minha Casa Minha Vida para os centros das cidades

Novo estudo do Escolhas se apoiará em programa para levantar os custos de morar longe

De acordo com matéria publicada em O Globo, o governo brasileiro decidiu acabar com a política de construção de grandes conjuntos habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida, voltado às famílias de baixa renda. A orientação agora é para que novos empreendimentos sejam construídos em áreas já urbanizadas.

A mudança se deu após uma série de críticas de especialistas em urbanismo, que apontaram que os moradores com menor renda eram retirados de habitações precárias e transferidos para os conjuntos construídos em áreas distantes do centro da cidade. Segundo os especialistas, a qualidade de vida caía porque, apesar da casa própria, a distância para o trabalho aumentava, a escola dos filhos era pior, e os centros de saúde passavam a ficar mais distantes.

Além disso, os técnicos constataram que as prefeituras não cumpriram os compromissos de criar escolas, postos de saúde e infraestrutura e que estas contrapartidas custam caro para os municípios, que estão com as finanças desorganizadas pela crise dos últimos anos.

Ainda de acordo com a matéria, o fato de construir os imóveis em terrenos mais valorizados, por serem próximos aos centros urbanos, não necessariamente aumentará o valor do subsídio dado às famílias.

O governo está acertando os últimos detalhes para anunciar um aumento do Programa, de forma que a destinação de mais recursos possa fazer do Minha Casa Minha Vida um dos motores capazes de fazer a economia do país reagir e voltar a crescer em 2017.

Apesar das diversas críticas feitas pelos especialistas ao Minha Casa Minha Vida, o programa é considerado um sucesso pelo governo. Segundo o Ministério das Cidades, desde 2009, foram contratadas mais de 4,4 milhões de unidades habitacionais: um giro de R$ 323,8 bilhões. Ao todo, foram entregues aproximadamente 3,2 milhões de casas em todo o país.

Novo estudo do Escolhas

Nesta semana, o governo estadual de São Paulo anunciou a construção de um megacondomínio no centro da capital, que vai de encontro com a proposta do governo federal. O projeto foi batizado de Complexo Júlio Prestes e contará com 1.202 apartamentos no local, além de lojas, creche e a nova sede da Escola de Música Tom Jobim. Segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo, o empreendimento é uma das apostas do Estado para tentar revitalizar a região da cracolândia.

O Instituto Escolhas também está preparando um estudo, que tem como objetivo apresentar um cenário de questões relacionadas aos custos relacionados às construções de moradia longe dos locais de trabalho ainda em 2017.

Segundo informou Ciro Biderman, Pesquisador do Centro de Estudos de Política e Economia do Setor Público (CEPESP/FGV) e um dos responsáveis pelo estudo, o estudo se apoiará no programa Minha Casa Minha Vida, a fim de compreender os custos que o programa está levando em conta.

”A solução sustentável passa necessariamente pelo aumento da sustentabilidade no transporte urbano, que depende muito da decisão de localização das famílias”, afirma Biderman.

O estudo pretende preencher as lacunas dos custos por meio da modelagem do preço da terra, que será aplicada, também, para ver a qualidade das escolas conforme nos afastamos do centro de negócios, bem como os custos de transportes e o custo ambiental em termos de emissões.

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