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Por Instituto Escolhas

19 janeiro 2017

2 min de leitura

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Novo recorde de temperatura global coloca luta pelos 2°C em xeque

Segundo dados divulgados na última quarta-feira (18) pela agência de oceanos e atmosfera dos EUA (Noaa), e confirmado por outras agências internacionais, 2016 foi o ano mais quente da história. A notícia de que a temperatura média do planeta foi 0,94°C mais alta que a média do século 20 repercutiu nos principais veículos do Brasil e do mundo, confirmando uma tendência que vem desde 2014: como nunca antes, este é o terceiro recorde consecutivo de temperatura a ser quebrado.

De acordo com reportagem do Estadão, 2016 registrou o valor mais alto em 137 anos, o que dá sinais cada vez mais claros de que o ritmo do aquecimento global promovido pela alta concentração de gases de efeito estufa na atmosfera está cada vez mais intenso. O problema é que as expectativas para manter o aquecimento médio global abaixo dos 2°C – meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015 – estão cada vez mais enfraquecidas e quase impossíveis de serem alcançadas, segundo cientistas ouvidos pelo jornal inglês The Guardian.

Segundo os especialistas, as metas assumidas pelos países no Acordo de Paris podem levar a temperatura média a 2,5°C ou até a 3°C, o que trará grandes consequências ao planeta. Além do calor extremo, outras variações climáticas, como o frio intenso, são alguns dos sintomas de um planeta superaquecido. Exemplo disso são as nevascas que atingiram o Hemisfério Norte este ano.

Vídeo do Observatório do Clima explica como nevascas podem ser indício do aquecimento global

E agora?

Se a meta para descarbonizar a economia mundial e limitar o aquecimento global já era difícil, a política negacionista do novo presidente dos EUA, Donald Trump, pode colocar tudo a perder, destacou análise do Estadão. Em artigo publicado na revista Nature Climate Change, Benjamin Sanderson e Reto Knutti, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, sugeriram que se os Estados Unidos atrasarem seus planos de mitigação, muito provavelmente a meta dos 2°C estará perdida.

Os EUA são hoje o segundo maior emissor de gases de efeito estufa no mundo, atrás apenas da China. A gestão Obama se comprometeu, junto ao Acordo de Paris, a reduzir de 26% a 28% suas emissões até 2025, em comparação com os níveis de 2005.

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